terça-feira, 20 de abril de 2010

Deus está bordando!


Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito.
Eu me sentava no chão, brincando perto dela, e sempre lhe perguntava o que estava fazendo.

Ela respondia que estava bordando...

Todos os dias eram a mesma pergunta e a mesma resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada e repetia:

―Mãe, o que a senhora está fazendo?

Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso. Eram uns amontoados de nós e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos, eu não entendia nada.

Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava:

―Filho saia um pouco para brincar e quando terminar meu trabalho eu chamo você, o coloco sentado em meu colo e deixo que veja o trabalho da minha posição.

Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo:

―Por que ela usava alguns fios de cores escuras e outros claros? ―Por que me pareciam tão... desordenados e embaraçados? ―Por que estavam cheios de pontas e nós? ―Por que não tinham ainda uma forma definida? ―Por que demorava tanto para fazer aquilo?

Um dia, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou:

―Filho venha aqui e sente em meu colo.

Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia crer! Lá de baixo parecia tão confuso! E de cima vi uma paisagem maravilhosa!

Então, minha mãe disse:

―Filho, de baixo parecia confuso e desordenado porque você não via que na parte de cima havia um belo desenho. Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo....

Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito:

―Pai, o que estás fazendo?

Ele parece responder:

―Estou bordando a sua vida, filho.

E eu continuo perguntando:

―Mas está tudo tão confuso. Tudo em desordem. Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido. Os fios são tão escuros. Por que não são mais brilhantes?

O Pai parece me dizer:

―Meu filho, ocupe-se com seu trabalho descontraia-se, confie em Mim... e Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e então vai ver o plano da sua vida da minha posição.

Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos olhando o avesso da vida.

Do outro lado, Deus está bordando...

(Autor desconhecido)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Escorpião e o Velho

Havia um velho que costumava meditar toda manhã bem cedo sob uma enorme árvore na margem do Ganges.

Certa manhã, depois de ter terminado sua meditação, o velho abriu os olhos e viu um escorpião flutuando sem defesa na água. Quando o escorpião se aproximou da árvore pela água, o homem depressa se estirou sobre uma das longas raízes que se espraiava rio adentro e estendeu a mão para resgatar o animal que se afogava. Logo que o tocou, o escorpião picou-o. Instintivamente, o homem recolheu a mão. Um instante mais tarde, depois de recuperar o equilíbrio, ele se estirou novamente sobre as raízes para salvar o escorpião. Desta vez o escorpião picou-o tão gravemente com sua cauda venenosa que a mão do homem ficou inchada e ensangüentada, e seu rosto contorcido de dor.


Naquele momento, um passante, vendo o velho estirado no chão a lutar com o escorpião, gritou:

― Ei, velho imbecil, o que há de errado com você? Só um idiota arriscaria a vida por uma criatura tão feia e maligna. Você não sabe que pode se matar tentando salvar esse escorpião ingrato?

O velho virou a cabeça. Olhando o estranho nos olhos, disse calmamente:

― Meu amigo, só porque é da natureza do escorpião picar, não muda minha natureza de salvar.

História de Henri Nouwen, recontada por B. Manning em “A Assinatura de Jesus”, pg. 127.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Oração e Comunidade


A oração modelo de Jesus Cristo, expresso no título “Pai-Nosso”, não é uma oração solitária, mas feita em comunidade. O contexto bíblico fundamental é a adoração. É por isso que o culto público parece ser o único contexto no qual podemos recuperar a profundidade do Evangelho. Isso significa que aprendemos a orar na comunidade, que aquilo que fazemos a sós é algo que extraímos da adoração da comunidade. Assim, a oração não cessa e tem formas alternativas quando você está sozinho, mas a perspectiva da coletividade vem primeiro. Infelizmente, a experiência dos cristãos inverteu a ordem. Na longa história da espiritualidade cristã, entretanto, a oração comunitária é mais importante e depois a individual.

Baseado em E. Peterson
- O Pastor Contemplantivo, pg. 17.

quinta-feira, 1 de abril de 2010