quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ansiedade

Eu digo a vocês: não andem ansiosos pela vida... Não fiquem inquietos e perturbados por causa do dia de amanhã, pois o amanhã trará consigo seus próprios problemas e necessidades; o dia de hoje já é pesado o suficiente para que se antecipe as preocupações do amanhã.”
Jesus (Mt 6:25,34)

Todos nós vivemos a vida em três tempos: passado, presente e futuro. Por isso, em certo sentido, o nosso ser é formado pelo nosso eu-passado (quem eu fui), eu-presente (quem eu sou) e eu-futuro (quem eu idealizo que serei). Apesar de viver no presente, somos constantemente influenciados pelas sombras do passado e excitados pelas fantasias e preocupações do futuro. Daí nascem as raízes mais profundas da nossa infelicidade: a nossa incapacidade de ser e viver no presente sem precisar recorrer ao passado e ao futuro. Mas também, nasce dessa incapacidade de nos manter no presente, a nossa ansiedade.

A ansiedade, um dos mais terríveis sentimentos a assolar o coração humano, acontece quando o nosso eu-futuro cresce tanto ao ponto de anular o nosso eu-presente. Sendo assim, tudo quanto ainda não aconteceu ocupa toda minha atenção e canaliza toda minha energia. O meu interior é totalmente habitado por ocupações prévias, pré-ocupações, desencadeando uma adrenalina e uma tensão emocional capaz de roubar a paz, sonhos e a serenidade. A ansiedade mata o presente, faz adormecer o hoje, anestesia o agora e em troca, dá vida ao futuro, acorda o amanhã e centraliza-se no depois.

A ansiedade provoca em nossa vida uma reação emocional em cadeia muito perigosa! A ansiedade gera a necessidade de controlar. O controle gera um forte acúmulo de atividades. O ativismo gera uma tendência à manipulação. A manipulação conduz a tentar dar um jeito para que tudo saia do meu jeito. O resultado final, os elos últimos desta corrente, serão a frustração, o cansaço e o vazio!

Mas essa não é a proposta de Deus para as nossas vidas! Ele nos convida a viver a vida longe da ansiedade ("não andem ansiosos"); sugere que vivamos unicamente o dia de hoje, pois é ilusão tentar antecipar o amanhã, posto que o único tempo possível de ser vivido é o hoje. Além disso, o amanhã, quando chegar, será transformado no hoje (não fiquem, pois, inquietos!). Ainda: ele insiste que enfrentemos os muitos problemas e preocupações de hoje, pois o amanhã trará os seus.

Seguir essa proposta de Jesus é substituir aquela reação emocional em cadeia, por uma reação espiritual: a serenidade, o reverso da ansiedade, nos leva ao equilíbrio de fazer e se ocupar somente do que é possível. Este equilíbrio nos conduzirá a aceitar circunstâncias e pessoas, o que nos conduzirá a deliciosa descoberta de que nem tudo precisa ser do nosso jeito. O resultado final - os elos últimos desta corrente espiritual - serão a paz, o descanso e a presença viva de Jesus no nosso coração!

Pr. EDUARDO ROSA PEDREIRA

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A dor nossa de cada dia


“Meus irmãos, considerem motivo de muita alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança."
(Tiago 1:2)

As crises nos atingem das mais diferentes maneiras. São atrevidas. Invadem todos os lugares. Entram nas favelas, creches, condomínios fechados, grandes e pequenas igrejas. Agridem a qualquer pessoa: grandes empresários, desempregados, os iletrados, os que têm doutorado, os sem fé e até mesmo os cristãos fervorosos.

Escondidos em cada crise, estão propósitos e planos. Quando a crise nos ataca, ficamos sem rumo. Não poucas vezes achamos que Deus está nos castigando, ou que fomos abandonados por ele. Alguns se tornam mais rígidos, ranzinzas, pessimistas e ainda mais incrédulos e vingativos.

Deus não impediu que você e sua preciosa família fossem matriculados na escola da dor. Por quê? Porque um dos objetivos de Deus com o sofrimento é nos amadurecer. Muitas vezes, experimentamos crescimento em diversas áreas da vida, mas não estamos prontos o suficiente para sustentar o que conseguimos.

Na dor aprendemos verdades que não poderiam ser descobertas de nenhum outro modo. No sofrimento, aprendemos a não confiar em nós mesmos e a depender dos recursos de Deus. Contudo, as dores não nos amadurecem automaticamente. No tempo oportuno, porém, colheremos excelentes frutos.

Adaptado de www.pensamentododia.com.br

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre o silêncio...

"Aquele que não pode estar sozinho, tome cuidado com a comunidade... Aquele que não está em comunidade, cuidado com o estar sozinho... Cada uma dessas situações tem, de si mesma, profundas ciladas e perigos. Quem desejar a comunhão sem solitude mergulha no vazio de palavras e sentimentos, e quem busca a solitude sem comunhão perece no abismo da vaidade, da auto-glorificação e do desespero." D. Bonhoeffer

Portanto, se desejarmos estar com os outros de modo significativo, devemos buscar o silêncio recriador da solitude. Se desejamos estar sozinhos em segurança, devemos buscar a companhia e a responsabilidade dos outros. Se desejamos viver uma vida plena como seguidores de Cristo, devemos cultivar a ambos.