quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cântico do Irmão Sol

Altíssimo, onipotente, bom Senhor
Teus são o louvor, a glória, a honra e toda a benção.
Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno de te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas.
Especialmente o senhor, irmão Sol,
Que clareia o dia e com sua luz nos ilumina.
E ele é belo e radiante com grande esplendor:
De ti, Altíssimo, é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste as claras
E preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar - ou nublado ou sereno - e todo o tempo,
Pelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é muito útil e humilde,
E preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo,
Pelo qual iluminas a noite.
Ele é belo e jucundo,
E vigoroso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã, a mãe Terra,
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados os que as sustentam em paz,
Que por Ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã, a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar conformes à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Louvai e bendizei ao meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.

Francisco de Assis

sábado, 14 de agosto de 2010

A IMITAÇÃO DE CRISTO

Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo”. (Ef 4.13)

Quando Jesus andou aqui, vivendo e trabalhando entre todos os tipos e classes de pessoas, ele nos deu o divino modelo para conjugar todos os verbos de nosso viver. Muitas vezes, quando nos preocupamos em explicar pontos doutrinários, apressamo-nos em expor a morte de Jesus. Ao fazer isso, esquecemo-nos da vida de Jesus, o que é uma grande perda. Prestar atenção na vida de Jesus nos dá pistas importantes para o nosso próprio viver.

Jesus viveu nesse mundo falido e doloroso, aprendendo a obediência com tudo o que sofreu, tentado de todas as formas, como nós somos, e ainda assim permanecendo sem pecado (Hb 5.8; 4.15). Somos, sim, reconciliados com Deus pela morte de Jesus, não há dúvida disso; mas somos, ainda mais, “salvos” por sua vida (Rm 5.10). Salvos no sentido de entrar na vida eterna que ele dá, não apenas no distante céu, mas desde agora em meio ao nosso mundo falido e cheio de tristezas.
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Quando analisamos atentamente o modo que Jesus viveu entre nós em carne e osso, aprendemos como devemos viver ― verdadeiramente viver ―, fortalecidos por ele, que está conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Em seguida, iniciamos uma intencional “imitação de Cristo”, não de modo literal, nem superficial, mas tomando o espírito e o poder em que ele viveu, e aprendendo a andar “em seus passos” (1Pe 2.21).

Nesse sentido, podemos falar, verdadeiramente, de primazia dos evangelhos, porque neles vemos Jesus vivendo e se movendo entre seres humanos, demonstrando perfeita unidade com a vontade do Pai. Somos ensinados a fazer o mesmo, assumindo a natureza da semelhança de Cristo, tomando parte da atitude, do amor, da esperança, dos sentimentos e dos hábitos de Jesus.
R. Foster