sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

PEREGRINAÇÃO (2011)


Um peregrino é um andarilho com um objetivo.”

Há manhãs em que acordamos com a visão ainda embaçada, ao som do alarme do relógio, e nos esforçamos para encontrar alguma motivação para enfrentar o dia que começa. Afastamos as cortinas para nos depararmos com a mesma cena cotidiana e ansiamos pelo dia em que poderemos sair pela porta e encontrar algo diferente. Nossas vidas diárias podem perecer previsíveis e insatisfatórias e, então, algo dentro de nós nos instiga a ir rumo a novos horizontes, na direção daquela curva, no caminho que os levará a montanhas desconhecidas.

Essa inquietação e esse descontentamento podem significar o início de algo notável. Ao invés de simplesmente desconsiderar esse sentimento, dando de ombros com desdém, poderíamos dar ouvidos ao que o nosso espírito está dizendo. Podemos estar ansiando por um tipo de vida diferente e não apenas por uma simples mudança. Podemos estar famintos de significado, de compreensão, de esperança e também de aventura.

Nosso espírito pode estar ansiando por peregrinação ̶ uma jornada rumo ao desconhecido ̶ mas, ainda assim, uma jornada com um destino.

Nossa vida pode ser uma peregrinação, uma jornada de descoberta espiritual. Mas também há ocasiões em que precisamos viajar com nossos próprios pés, andar pelo mundo deliberadamente, com a intenção de nos permitirmos estar abertos, animados pela esperança, guiados pelo amor.

Andrea Skevington

Que a nossa jornada no próximo ano seja plena de paz, mas repleta de aventura; que estejamos ávidos pelo que Deus quer nos mostrar... FELIZ 2011!

Disse Pedro: quem é que nos guiará pelo caminho além de ti? Só tu tens as palavras que nos fazem experimentar a vida eterna. E nós temos conhecido essa verdade e cremos que tu foste enviado por Deus para nós.” João 6.68s

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

NATAL GAÚCHO

Hoje, mais do que nunca, o Natal tem se confundido com a figura do Papai Noel e com o mercado de presentes. É comum entrar em casas e estabelecimentos comerciais na época natalina e não encontrar sinal do menino Jesus.

Crescemos, na verdade, com a idéia de que Natal é a época de ganhar presentes, dar presentes e, talvez, época de reunir nossos familiares para confraternização, refeições, "amigo secreto"... Embora seja fomentada a “paz entre os homens de boa vontade”, esquece-se do Autor da paz, daquele que veio ao mundo para revelar Deus e mostrar que é possível viver a verdadeira paz, a partir do relacionamento com Ele. Natal é nascimento; o nascimento do Cristo que nos convida a (re)nascer com ele, a cada dia, para desfrutarmos a vida eterna aqui e agora. Não é justo dar todo mérito ao Papai Noel, não é mesmo?

O Rio Grande do Sul, nesse sentido, tem uma história e um folclore que proporcionam retomar o Natal em sua idéia original. Conforme o tradicionalista João Carlos Paixão Côrtes, autor de mais de 40 obras publicadas sobre a cultura gauchesca, a figura do velhinho surgiu no Rio Grande do Sul após a 1ª Guerra Mundial, baseada em um santo (São Clauss para os nórdicos europeus) da Igreja Católica. Foi criado pelo desenhista Tomas Nast, que se inspirou em um poema de seu compatriota norte-americano Clemente Clark Moore. Além disso, segundo Paixão Côrtes, a indústria comercializa e profaniza essa figura: Nast deu-lhe forma, traços e cores, restaurou a cor vermelha da roupa do velho bispo Nicolau e acrescentou uma capa também rubra; o caricaturista inventou um gorro vermelho e, mais tarde, a roupagem de inverno foi simplificada para um gibão, uma espécie de calça abombachada.

Assim, de acordo com o tradicionalista, precisamos valorizar o Natal tipicamente gauchesco, abandonando pinheiros europeus, trenós e roupas de lã. O verdadeiro Natal Gaúcho é uma festa da família, onde se comemora o nascimento de Cristo diante de um presépio, representativamente, com a presença do menino Jesus na manjedoura entre ovelhas, burricos e vacas, além de cânticos e orações fundamentados em mensagens de um cristianismo puro e singelo.

O Natal gaúcho, então, ou simplesmente o Natal, tem mais a ver com simplicidade e desapego (representados pelas próprias condições do nascimento de Jesus); a doação de presentes com o suprimento de necessidades, com dar a quem precisa (a vida de Jesus espelha isso); e os cânticos e orações devem nos levar a um espírito de gratidão por Deus ter nascido como ser humano para reconectar a humanidade com o seu amor.

Vamos, portanto, fazer desse Natal uma celebração do nascimento de Cristo e uma oportunidade de ouvir sua mensagem para todos os povos.

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Relato de Paixão Côrtes (extraído do livro O Natal Gaúcho e os Santos Reses. J. C. PAIXÃO CÔRTES. IGTF, 1982).

“Sempre que se aproxima o fim do ano, vejo entristecido que a querência vai se deixando envolver, mais pelas fantasias das luzes da cidade, pela ambição de um certo comércio, sedento de grandes lucros. Refiro-me ao PAPAI NOEL e ao NATAL.
Desde meus tempos de piá, cruzando a linha divisória que une Santana do Livramento à Rivera (Uruguai) e, anos mais tarde, quando em pesquisa sobre música folclórica, visitei o Paraguai, Argentina e Bolívia, verifiquei ainda a diferença das comemorações do Ciclo Natalino desses países com o nosso.

Aliás, da América Latina, é, mais freqüente no Brasil, que apareça a figura, misto de ‘Lucifer-santo’, atemorizando as crianças travessas e faltosas, prometendo-lhes varas de marmelo e, quase ao mesmo tempo, com um saco de brinquedos às costas, estende a mão aos guris comportados, oferecendo-lhes ‘bondosamente’ presentes.
Na maioria dos demais países sul-americanos, não encontramos Papai Noel distribuindo presentes no Natal, como acontece em nosso país.

A verdadeira tradição natalina rio-grandense é aquela em que se comemora o dia do nascimento de Cristo, diante de um presépio, com Menino Jesus na manjedoura, com burrico, vaquinha, ovelha, cânticos, anunciando a chegada dos Reis Magos...
Este é o verdadeiro NATAL GAÚCHO. Festa da família. Dia de Navidad, como denominam os países de língua espanhola na América do Sul.

Qual a razão do renascimento do culto de uma árvore, tão difundido entre os povos mais primitivos? De onde é, este tipo de pinheiro, estranho ao nosso, que se desenvolve em determinadas regiões do Brasil? Imaginem só! No mais forte do verão, aqui, um Papai Noel vestido com grossas roupas de lã, capuz, todo respingado de neve, descendo, de botas, de uma chaminé ou sentado em um trenó, puxado por gamos...
Velinhas e bolinhas coloridas completam os enfeites das mesas onde são servidas nozes, tâmaras, torrones, chocolates, ameixas secas, passa, etc, alimentos de alto teor calorífico, próprios para o inverno, em pleno clima europeu... Tudo isso num país tropical como o Brasil!!!

Portanto, tentemos encontrar, na história universal das festividades natalinas, algumas explicações para o surgimento de certos acontecimentos, hoje vividos em muitos rincões do mundo.”

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O lar... do jeito de Deus



Lar doce lar. O que é um lar? É o nosso refúgio, nosso abrigo no temporal, nosso porto seguro. É um oásis onde matamos nossa sede, renovamos as energias, partilhamos juntos o pão de cada dia, nos sentimos amados, acolhidos, aceitos e protegidos. É um lugar de perdão; perdoamos e somos perdoados. Nossas feridas são tratadas e saradas, abraçamos e somos abraçados, beijamos e também somos beijados.

Lar é um lugar onde a doação acontece em pequenos gestos, queremos mais compreender do que ser compreendidos, onde o dar vem antes do receber. É o jardim onde a beleza e o perfume das flores exalam em palavras e atitudes. [É o templo onde orações são entregues a Deus e onde Deus responde como aquele que faz parte e sustenta a família].

Lar é a lareira sempre acesa, onde pais e filhos são aquecidos nos dias gélidos, quando chega o inverno. O respeito, a fidelidade, a estima, a consideração e o temor a Deus são virtudes vividas na prática. Quando um membro sofre, todos sofrem com ele; quando um se alegra, todos são contagiados por ele. Onde ninguém tem em vista o que é propriamente seu, mas, sim, o que é do outro. Onde não digo eu, mas digo nós. Podemos até pensar diferente, ver as coisas em ângulos diferentes, mas nada é capaz de nos separar. É onde o cordão de três dobras não se quebra, as muitas águas não apagam o amor, e nem os rios o afogam.

Lar é o lugar onde a palavra que mais se pronuncia e é mais ouvida é... AMOR. Sim, o amor que é paciente, bondoso. O amor que não inveja, não se vangloria, não se orgulha. O amor que não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor que não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. O amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Esse tipo de amor jamais acaba...

Que Deus abençoe o nosso lar. Que ele seja do jeito de Deus.

Messias A. Rosa (adaptado)