domingo, 27 de junho de 2010

Filhinhos, amem-se uns aos outros

“O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu amo vocês.”
(João 15.9)

“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1João 4.7-8)

O bendito evangelista João, depois de permanecer em Éfeso até a mais avançada idade e mal poder ser levado para a igreja pelas mãos dos discípulos e não mais conseguir articular uma declaração com algumas palavras, costumava dizer de maneiras diferentes somente isto: “Filhinhos, amem-se uns aos outros”.

Por fim, os discípulos e irmãos presentes, cansados de ouvirem sempre a mesma coisa, disseram: “Mestre, por que dizeis sempre isto?” João deu uma resposta digna: “Porque esse foi o preceito do Senhor, e, se somente isso for observado, é o bastante”.

(Texto de Jerônimo, 345 DC)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pelo amor do meu amado

“Eu pertenço ao meu amado, e ele me deseja.” (Cantares 7.10 NVI)

“Nem as muitas águas conseguem apagar o amor; nem os rios conseguem levá-lo na correnteza. ” (Cantares 8.7 NVI)

O amor basta-se a si mesmo, em si e por sua causa encontra satisfação. É seu mérito, seu próprio prêmio. Além de si mesmo, o amor não exige motivo nem fruto. Seu fruto é o próprio ato de amar. Amo porque amo, amo para amar!
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Grande coisa é o amor, contanto que vá a seu Princípio, volte à sua Origem, mergulhe em sua Fonte, sempre beba donde corre sem cessar.

De todos os movimentos da alma, sentidos e afeições, o amor é o único com que pode a criatura, embora não condignamente, responder ao Criador e, por sua vez, dar-lhe outro tanto. Pois quando Deus ama não quer outra coisa senão ser amado, já que ama para ser amado; porque sabe que serão felizes pelo amor aqueles que o amarem.

O amor do Esposo, ou melhor, o Esposo-amor somente procura a resposta do amor e a fidelidade. Seja permitido à amada responder ao Amor! Por que a esposa - e esposa do Amor – não deveria amar? Por que não seria amado o Amor?

É justo que, renunciando a todos os outros sentimentos, única e totalmente se entregue ao amor, aquela que há de corresponder a ele, pagando amor com amor. Pois mesmo que se esgote toda no amor, que é isto diante da perene corrente do amor do outro?

Certamente não corre com igual abundância o caudal do amante e do Amor, da alma e do Verbo, da esposa e do Esposo, do Criador e da criatura; há entre eles mesma diferença que entre o sedento e a fonte.

E então? Desaparecerá por isto e se esvaziará de todo a promessa da desposada, o desejo que suspira, o ardor da que a ama, a confiança da que ousa, já que não pode de igual para igual correr com o gigante, rivalizar a doçura com o mel, a brandura com o cordeiro, a alvura com o lírio, a claridade com o sol, a caridade com aquele que é a caridade?

Não. Mesmo amando menos, por ser menor, se a criatura amar com tudo o que é, haverá de dar tudo. Por esta razão, amar assim é unir-se em matrimônio, porque não pode amar deste modo e ser menos amada, de sorte que no consenso dos dois haja íntegro e perfeito casamento. A não ser que alguém duvide ser amado primeiro e muito mais pelo Verbo.

São Bernardo de Claraval (1.090-1.153 DC)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sobre Santidade


A santidade tem sido entendida (e vivida) a partir de alguns princípios; talvez, a maioria deles sem conexão com o Evangelho.
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Alguns imaginam a santidade como uma oposição e um afastamento do "mundo", ou seja, não ter contato com coisas, lugares, músicas, pessoas, etc, que não são da "igreja"; outros imaginam santidade como um estilo de vida "angelical", uma fuga da vida real e concreta, negando qualquer sofrimento ou imperfeição, e, até mesmo, negando a própria humanidade.
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Para nós, discípulos, a santidade é o estilo de vida que Jesus aqui viveu. Ele não era contaminado por lugares impuros, pessoas impuras, músicas impuras; ao contrário, ele santificava e purificava relacionamentos e pessoas. Jesus podia conviver diariamente com os mais "sujos pecadores", participar de festas e jantares com ladrões e prostitutas, debater com os mais "santos" religiosos, e não se contaminava com absolutamente nada!
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O que nos contamina é o pecado que está em nossos desejos impuros; e estes desejos não estão fora de nós, mas em nossos corações. A maldade e a impureza que estão em nós (e que por nós é negado...) é o que realmente contamina nossas vidas: não são os lugares, pessoas, festas, músicas - somos nós!
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Por isso, santidade não é moralidade e nem religiosidade, mas um estilo de vida igual ao de Jesus Cristo. Como discípulos de Jesus, nosso desafio é o de vivermos em santidade assim como ele viveu. E somente como ele!
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terça-feira, 15 de junho de 2010

Paraíso Perdido



Paraíso Perdido
Jayme Caetano Braun

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PRIORIDADES

Somos informados de que as conversas da maior parte dos americanos de classe média [e dos brasileiros também]* giram em torno do consumo: o que comprar, o que acabou de ser comprado, onde comer, o que comer, o valor da casa do vizinho, o que está em promoção esta semana, nossas roupas ou as de outra pessoa, o melhor carro do mercado este ano, onde passar as férias. Ao que tudo indica, não conseguimos parar de comer, de comprar ou de consumir. O sucesso não é medido levando-se em conta o amor, a sabedoria e a maturidade, mas segundo a quantidade de posses que alguém conseguiu acumular.

O que foi mesmo que o estudioso das Escrituras Ernst Kasemann disse? “O homem pode ser considerado amante da cruz apenas à medida que ela o capacita a aprender a se relacionar da maneira certa com [...] os poderes e as seduções do mundo.” O que pode haver de ultrajante no discípulo de Jesus é ele se dar ao luxo de ser indiferente. Morto para o mundo, mas vivo em Cristo de forma sublime, ele pode dizer com Paulo: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura.” Uma postura assim seria um anátema nos centros comerciais das nossas megalópoles. O mundo nos respeitará se o cortejarmos, e nos respeitará ainda mais se o rejeitarmos com desprezo e ira; mas nos odiará se simplesmente não atentarmos para as suas prioridades ou para o que ele pensa de nós. Há uma incompatibilidade radical entre respeito humano e a fé em Jesus Cristo.

Não acumulem para vocês tesouros na terra,
onde a traça e a ferrugem destroem,
e onde os ladrões arrombam e furtam.
(Mateus 6.19)


Brennan Manning - Extraído do Livro “Meditação para Maltrapilhos”.
* Adendo meu.