segunda-feira, 7 de junho de 2010

PRIORIDADES

Somos informados de que as conversas da maior parte dos americanos de classe média [e dos brasileiros também]* giram em torno do consumo: o que comprar, o que acabou de ser comprado, onde comer, o que comer, o valor da casa do vizinho, o que está em promoção esta semana, nossas roupas ou as de outra pessoa, o melhor carro do mercado este ano, onde passar as férias. Ao que tudo indica, não conseguimos parar de comer, de comprar ou de consumir. O sucesso não é medido levando-se em conta o amor, a sabedoria e a maturidade, mas segundo a quantidade de posses que alguém conseguiu acumular.

O que foi mesmo que o estudioso das Escrituras Ernst Kasemann disse? “O homem pode ser considerado amante da cruz apenas à medida que ela o capacita a aprender a se relacionar da maneira certa com [...] os poderes e as seduções do mundo.” O que pode haver de ultrajante no discípulo de Jesus é ele se dar ao luxo de ser indiferente. Morto para o mundo, mas vivo em Cristo de forma sublime, ele pode dizer com Paulo: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura.” Uma postura assim seria um anátema nos centros comerciais das nossas megalópoles. O mundo nos respeitará se o cortejarmos, e nos respeitará ainda mais se o rejeitarmos com desprezo e ira; mas nos odiará se simplesmente não atentarmos para as suas prioridades ou para o que ele pensa de nós. Há uma incompatibilidade radical entre respeito humano e a fé em Jesus Cristo.

Não acumulem para vocês tesouros na terra,
onde a traça e a ferrugem destroem,
e onde os ladrões arrombam e furtam.
(Mateus 6.19)


Brennan Manning - Extraído do Livro “Meditação para Maltrapilhos”.
* Adendo meu.

Um comentário:

  1. Creio que um dos desafios do discipulado é perceber que consumismo e materialismo são pecados profundamente enraizados em nossos corações e que precisam ser exorcizados - só assim poderemos experimentar a liberdade e a vida plena em Jesus Cristo.

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