Para existir, a sociedade depende da inviolável solidão pessoal de seus membros. Uma sociedade, para merecer esse nome, deve compor-se, não de números ou de unidades mecânicas, mas de pessoas. Ser uma pessoa implica em responsabilidade e liberdade; ambas implicam certa solidão interior, um senso de integridade pessoal, um senso da própria realidade pessoal e da capacidade que se tem para se dar à sociedade ― ou recusar essa doação.
Quando os homens se encontram submersos em massa de seres humanos impessoais, empurrados de lá para cá por forças automáticas, perdem sua verdadeira humanidade, sua integridade, sua capacidade de amar, sua possibilidade de autodeterminação. Quando a sociedade se compõe de homens que desconhecem a solitude interior, não pode mais manter-se unida pelo amor; conseqüentemente, é mantida pela violência e uma autoridade abusiva. Mas, quando os homens se vêem violentamente privados da solidão e da liberdade a que tem direito, a sociedade em que vivem apodrece, ulcerada pelo servilismo, o rancor, o ódio.
Nenhum grau de progresso tecnológico poderá curar o ódio que devora, como um câncer espiritual, as entranhas da sociedade materialista. Há, unicamente, e sempre haverá uma só cura, e esta é espiritual. Pouco adianta falar aos homens sobre Deus e sobre o amor se não são capazes de escutar. Os ouvidos com que se atende à mensagem do evangelho estão ocultos no coração do ser humano e nada podem ouvir se não são favorecidos com certa dose de solidão e silêncio interior.
Em outras palavras, uma vez que a fé é questão de liberdade e autodeterminação ― a livre recepção de um dom gratuito da graça ―, o ser humano não pode dar seu assentimento a uma mensagem espiritual enquanto tem a mente e o coração escravizados pelo automatismo. Permanecerá assim escravizado enquanto estiver submergido numa massa de outros autônomos, privados de individualidade e de sua integridade de ser humano, a que tem direito.
O que aqui dizemos a respeito da solidão não é uma receita para eremitas. Tem a ver com o futuro dos homens e do mundo em sua totalidade; em especial, é claro, com o futuro da espiritualidade do ser humano.
Quando os homens se encontram submersos em massa de seres humanos impessoais, empurrados de lá para cá por forças automáticas, perdem sua verdadeira humanidade, sua integridade, sua capacidade de amar, sua possibilidade de autodeterminação. Quando a sociedade se compõe de homens que desconhecem a solitude interior, não pode mais manter-se unida pelo amor; conseqüentemente, é mantida pela violência e uma autoridade abusiva. Mas, quando os homens se vêem violentamente privados da solidão e da liberdade a que tem direito, a sociedade em que vivem apodrece, ulcerada pelo servilismo, o rancor, o ódio.
Nenhum grau de progresso tecnológico poderá curar o ódio que devora, como um câncer espiritual, as entranhas da sociedade materialista. Há, unicamente, e sempre haverá uma só cura, e esta é espiritual. Pouco adianta falar aos homens sobre Deus e sobre o amor se não são capazes de escutar. Os ouvidos com que se atende à mensagem do evangelho estão ocultos no coração do ser humano e nada podem ouvir se não são favorecidos com certa dose de solidão e silêncio interior.
Em outras palavras, uma vez que a fé é questão de liberdade e autodeterminação ― a livre recepção de um dom gratuito da graça ―, o ser humano não pode dar seu assentimento a uma mensagem espiritual enquanto tem a mente e o coração escravizados pelo automatismo. Permanecerá assim escravizado enquanto estiver submergido numa massa de outros autônomos, privados de individualidade e de sua integridade de ser humano, a que tem direito.
O que aqui dizemos a respeito da solidão não é uma receita para eremitas. Tem a ver com o futuro dos homens e do mundo em sua totalidade; em especial, é claro, com o futuro da espiritualidade do ser humano.
Thomas Merton
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