segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A CRUZ DE CRISTO

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Pra viver entre nós, numa cama emprestada Ele humilde nasceu. E em jumento emprestado Ele andou pela estrada da montanha à cidade, e à cidade desceu. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! A ninguém as deveu!
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Tomou um pão de um menino e peixinho emprestado e ambos abençôou: fez o povo assentar-se em redor pelo prado: foi o pão repartindo e a todos saciou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
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Numa barca emprestada a vogar de mansinho Ele pôs-se a ensinar. O pardal tem sua casa, a andorinha seu ninho! Para ter seu descanso Ele nem teve lar! Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém foi tomar!
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A caminho da tumba, em salão emprestado, um jantar celebrou. Foi em morto envolvido em lençol emprestado e em sepulcro emprestado afinal repousou. Mas a cruz dolorosa e a coroa espinhosa eram suas, bem suas! De ninguém as tomou!
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Mas o berço entregou, entregou o jumentinho, e o pão multiplicou. Devolveu casa e barca e os tecidos de linho! Ressurgindo, vazio o sepulcro deixou. Mas as vestes de luz e as marcas da cruz, eram suas, bem suas: e consigo as levou!

L.M.N
(adaptação em português de Isaac Nicolau Salum. As quatro primeiras estrofes baseiam-se no original inglês; a quinta é um acréscimo do autor da letra portuguesa)


http://www.arocha.org/

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Recusando-se a liderar



“... Vocês não devem também ser chamados de "líderes" porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros.” (NTLH)

sábado, 14 de novembro de 2009

BEM-AVENTURADOS OS INSACIÁVEIS!


Mateus 5.6; 6.25-34

O conceito humano de SANTIDADE relacionado ao mundo material faz com que se admire uma pessoa e sua espiritualidade tanto mais quanto essa tal pessoa possa viver em simplicidade, com muito pouco, ou quase nada; e, assim, nesse estado, viva contente.

Desse modo, quanto menos uma pessoa precise para viver, mais revela sua beleza e sua perfeição de consciência; e mais será admirada pelos homens. Assim, quanto MENOS prisão e desejo pelo que é material, mais liberdade e contentamento.

Mas esse mesmo princípio—o de desejar pouco, ou quase nada—não se aplica em relação a Deus. No que respeita a Deus a SANTIDADE é a sede, é a fome, é a necessidade, é busca, é o desejo de ter mais, de ser mais em Deus e para Deus...e que é fruto de se saber como um “MENOS”, como o menor, como o mais carente.

“Dos pecadores eu sou o principal”—dizia Paulo.

Portanto, quanto mais imperfeito for o homem para si mesmo, e quanto mais carente de Deus, tanto mais perfeito será o seu imperfeito caminhar.

Precisar de Deus não é vergonha. Alias, nada eleva tanto um ser humano quanto sua pobreza espiritual, sua fome, sua necessidade.

Nada há mais horrível do que se ver alguém que passa pela vida sem sentir falta de Deus; sem achar que precisa Dele.

Afinal de contas, o que é o homem?

Jesus disse em Mateus capítulo seis que o homem não é um show cósmico de ornamentos. Lírios são externamente mais belos!

A vida do homem não consiste nos bens que possui, e nem sua beleza humana se manifesta como afirmação de pobreza como virtude.

O que torna um homem grande é sua pequenez; e, sobretudo, sua consciente carência de Deus!

Assim, paradoxalmente—como sempre—, o grande poder de um homem vem de sua total consciência de fraqueza.

Sim, o poder de um homem vem de sua total admissão de incapacidade quanto a realizar qualquer coisa. Sim, o poder do homem vem dele dizer e crer que sem Deus nada se pode fazer.

Quando sei que não posso Nada, então, nada podendo, Deus pode por mim.

Desse modo, a virtude humana diante de Deus é o inverso de sua virtude diante dos homens; pois se entre os homens o santo é que não precisa de quase nada, e vive contente; todavia, diante de Deus, o homem que caminha em perfeição é justamente o que carece, o que quer mais, o que não se contenta...e tem sede.

Isto porque mesmo que alguém aprenda a se contentar materialmente com Nada, ou quase isso; no entanto, em Deus, e no espírito, ele só será coerente com seu próprio caminho de simplificação material, se, todavia, viver como alguém que pede, busca, bate, e confessa total carência.

Isto porque aquilo que é elevado diante dos homens, disse Jesus, é abominação diante de Deus; inclusive o show de simplicidade e virtuosismo material—pela simplificação dos desejos materiais—, que de nada vale se o coração não viver sempre com fome, e almejando comer o Pão que está na mesa de Deus.

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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Homothumadon


"Assim que eles ouviram isso, adoraram todos juntos [homothumadon] a Deus, dizendo: ..." (At 4.24)

Homothumadon é uma daquelas palavras que não se encontra uma tradução adequada na nossa língua. Na passagem acima, bem como em outras onde essa palavra é usada (10 vezes em Atos e 1 vez em Romanos), seu sentido fica enfraquecido. Morfologicamente, homothumadon é composto por homo ("junto", "mesmo") e thymos ("enfurecer-se", "ferver"). Entender, então, essa palavra apenas no sentido de "unanimidade" pode nos fazer perder toda sua amplitude e aplicação na nossa vida como cristão.

Segundo o Pr. Eugene Peterson, homothumadon tem uma força particular: ela provoca o leitor-ouvinte a uma relação intensa e amorosa com as pessoas e destaca o sentimento de fúria ou de intrepidez ligados à vida de paz e humildade. Pode-se dizer, assim, que essa palavra contém a energia da raiva, sem o sentimento de raiva; possui a emoção forte de um ataque a alguém, sem, contudo, expressar maldade ou dolo. E, ainda, se for aplicada num contexto comunitário de igreja, fornece a base das relações interpessoais, isto é, humildade na postura diante do outro e paixão em promover o reinar de Deus na comunidade.

Sem dúvida, pelo exposto, pode-se perceber que homothumadon é um desafio para todos os discípulos de Cristo. Principalmente, porque viver, ao mesmo tempo, a ambigüidade da intrepidez e da humildade não é comum no nosso tempo. Na verdade, tendemos aos extremos: somos dominadores ou passivos; somos invasivos ou tímidos; gritamos ou nos calamos. Talvez essa polarização nos comportamentos seja fruto de um estilo cartesiano e maniqueísta da sociedade ocidental. Há muita dificuldade, então, em se pensar (e viver!) baseado em um sistema complexo ou múltiplo; o paradoxo da vida não faz parte do nosso dia a dia.

Jesus, por outro lado, mostra com sua vida que viver o homothumadon na igreja e no mundo é possível. Com seu agir amoroso ele promoveu uma revolução radical na sociedade onde viveu e que tem impacto até os nossos dias. Ele amou a todas as pessoas incondicionalmente, mas não deixou de expulsar do templo os mercadores que exploravam os pobres; tratou com dignidade mulheres, crianças, leprosos e prostitutas, mas não deixou de exigir que todos carregassem a sua respectiva cruz; andou com publicamos, religiosos e pessoas de alta classe, mas nunca deixou de manifestar-se contra a religiosidade, a ganância e a vida sem generosidade. Sim, é possível experimentar o homothumadon. Pois, se o grande objetivo de nossa vida é ser semelhante a Cristo, não podemos estabelecer metas menores do que ser como Jesus foi. É compromisso de todo discípulo-seguidor, portanto, estabelecer um esforço contracultural, além, é claro, de uma vida dedicada à oração e à piedade, para levar isso a bom termo.

Cabe destacar, finalmente, que houve pessoas que experimentaram esse sentimento-ação chamado homothumadon. Uma delas chama-se Mohandas K. Gandhi. Apesar de não ter se tornado cristão, ele viveu o Sermão da Montanha de Jesus até as últimas consequências e proporcionou a libertação da Índia do jugo inglês através da paz, da vida simples, do amor incondicional e da desobediência civil. Outra pessoa digna de ser lembrada é o indiano da seita sik Sadhu Sundar Singh. Mesmo diante de perseguições, prisões e privações ele foi um destemido arauto do evangelho na Índia e no Tibete, munido apenas de um Novo Testamento. Pregou, ainda, nos EUA e em diversos países da Europa, mas nunca deixou seu estilo de vida simples e seu propósito de anunciar o evangelho nos arredores do Himalaia.

Da mesma forma que Gandhi e Sadhu Sundar Singh, com certeza, existem muitos anônimos que viveram (e vivem!) aquilo que foi proposto por Jesus. Eles não são, por isso, heróis, mas apenas aqueles que fazem o que devem fazer (como “servos inúteis” – Lc 17.10); são, porém, discípulos fiéis que experimentam e desfrutam o reino de Deus antecipadamente.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Emanuel



"Emanuel" significa "Deus conosco". Uma certeza, então, é possível termos: nada poderá nos separar de Deus e do Seu amor (Romanos 8.31-39). O "Emanuel", portanto, é uma realidade que precisamos desfrutar...

Emanuel

Um sinal será dado
Uma virgem conceberá
Um menino nascerá sem diminuir Sua divindade
A glória das nações
Uma luz para todos verem
E uma esperança para todos os que abraçarem
Sua calorosa realidade

Emanuel, nosso Deus está conosco
E se Deus está conosco
Quem poderá se levantar contra nós?
Nosso Deus está conosco, Emanuel
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Para todos aqueles que vivem
Na sombra da morte
A gloriosa luz alvoreceu
Para todos aqueles que tropeçam na escuridão
Observem que a Sua luz já veio

Emanuel...

Então, qual será sua resposta?
Oh, você ouvirá o chamado
Daquele que não poupou seu Filho
Mas O deu por todos nós?
Não há poder na terra
Não há profundidade ou altura
Que poderá nos separar
Do amor de Deus em Cristo

Emanuel...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Grande é a tua misericórdia!



Acompanhe essa maravilhosa música de Donnie McClurkin. IMPERDÍVEL!

Great is your mercy

Great is your mercy towards me
Your loving kindness towards me
Your tender mercy I see
Day after day

Forever faithful towards me
Always providing for me
Great is your mercy towards me
Great is your grace

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Grande é a tua misericórdia para comigo
Tua amável bondade para comigo
Tua terna misericórdia eu vejo
Dia após dia

Para sempre fiel a mim
Sempre me suprindo
Grande é a tua misericórdia para comigo
Grande é a tua graça

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Você crê que ele te ama?

Brennan Manning

Por causa dos últimos 48 anos, onde fui emboscado por Jesus numa pequena capela no oeste do estado da Pensilvânia, e por causa das milhares e milhares de horas dedicadas à oração, meditação, silêncio e solitude durante esses anos, estou totalmente convencido de que, no dia do julgamento, o Senhor Jesus fará a cada um de nós apenas uma pergunta e nenhuma pergunta mais: “VOCÊ CREU QUE EU TE AMAVA... QUE EU TE DESEJEI...QUE EU TE AGUARDEI DIA APÓS DIA...QUE EU ANSIAVA POR OUVIR O SOM DA SUA VOZ”?

Os verdadeiros crentes responderão: “Sim, Senhor Jesus, eu cri no seu amor e procurei moldar a minha vida como resposta a esse amor!”.

Mas tantos de nós que são tão fiéis no nosso ministério, nos nossos costumes, no nosso freqüentar a igreja, terão de responder: “Francamente, eu não Senhor. Na verdade eu nunca cri; ouvi sim, uns maravilhosos sermões e uns ensinamentos sobre o seu amor e eu até mesmo dei aulas sobre isso. Mas eu pensei que era só um jeito de falar – uma mentirinha amável. Alguns cristãos piedosos me incentivaram com ‘uns tapinhas’ nas costas”.

E aí está a diferença entre os cristãos verdadeiros e os cristãos nominais que povoam as igrejas de nossa terra. Ninguém como um crente pode mensurar a profundidade e a intensidade do amor de Deus. Mas, ao mesmo tempo, ninguém como um crente pode medir a eficácia com que o pessimismo, a melancolia, a baixa auto-estima, o ódio próprio e o desespero nos bloqueiam do Seu amor.

Você percebe como é importante abraçarmos esse fundamento crucial de nossa fé? Porque você só será tão grande quanto o seu próprio conceito de Deus.

Lembram da famosa frase do filósofo francês Blaise Pascal: “Deus fez o homem a Sua semelhança, e o homem, em retribuição, fez Deus a sua imagem”? Tornamos, então, Deus mesquinho, bitolado, rude, legalista, julgador, sem sentimentos, não perdoador e tão odioso como somos todos nós!

Nos últimos anos tenho pregado em muitos lugares e, honestamente, o Deus que me tem sido apresentado é pequeno demais para mim. Porque ele não é o Deus da Palavra, o Deus que se revela através de Jesus, e que neste momento vai até você e diz: "Eu tenho uma palavra pra você - eu conheço toda sua história de vida, todos os esqueletos em seu armário, todos os momentos de pecado, de vergonha, desonestidade e amor degradante que escurecem seu passado. Eu sei que agora mesmo você está com uma fé superficial, uma vida de oração frívola e discipulado inconsistente. E minha palavra pra você é esta: Eu o desafio a confiar que Eu te amo do jeito que você é, e não do jeito que você deveria ser - porque você nunca será como deveria ser...”.
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Veja essa mensagem no Youtube:

sábado, 19 de setembro de 2009

Encontro da Célula

A cada encontro da célula, Deus tem nos dado uma grande oportunidade de aprender como lidar com a nossa realidade, a partir do nosso relacionamento com Cristo.

Assim, no compartilhar mútuo, ajudamos uns aos outros a seguir numa caminhada saudável e completa, baseada no Evangelho.

Deus continue nos abençoando!

Vinicius.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A prática do Evangelho


"O Evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer."
Tiago 1.25


Ao contrário de tantas leis e tradições que nos escravizam e anulam nossos projetos, o Evangelho de Deus nos liberta e nos dá sentido para a vida; Deus nos criou para uma vida plena, autêntica, feliz.

O caminho do sucesso e da prosperidade é experimentar o Evangelho de Deus em nossas vidas, ou seja, a boa notícia de que, em Jesus, temos a salvação, a força, a restauração completa de nossas vidas.

Para termos uma vida feliz e realizada, plena de sentido e relevante, não basta sabermos que Deus existe; é necessário experimentar Seu propósito em nossas vidas.

Se você quer realmente desfrutar de uma vida plena e feliz, ponha em prática o Evangelho em tua vida e tudo o que você fizer será abençoado por Deus.

Casso

Encontro da Célula



"A presença física de outros cristãos constitui para o cristão uma fonte de alegria e fortalecimento incomparáveis" D. Bonhoeffer

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Parabéns Viamão!

O Campo Missionário de Viamão

Nesses 268 anos de Viamão, cabe lembrar o início do campo missionário da Igreja Presbiteriana Independente (IPI) na cidade.

O Campo Missionário de Viamão foi iniciado em Fevereiro de 2005 com a vinda do Vinicius (pastor e agrônomo) e de sua esposa Edna (revisora e tradutora). O propósito da igreja nesse local é promover o reino de Deus entre a sociedade e formar uma comunidade de pessoas dispostas a conhecer a Cristo e experimentar uma vida em comunhão com Ele.

O convite da Secretaria de Evangelização da IPI para plantar igrejas na cidade de Viamão faz parte do Projeto Presbitério Gaúcho, coordenado pelo Rev. Casso Vieira que está em Porto Alegre desde 1998. Atualmente, este projeto conta com 2 igrejas (Porto Alegre e Passo Fundo) e 5 congregações (Santa Maria, Gravataí, Canoas, Viamão e Fortaleza dos Valos).

É um privilégio servir como igreja na amada Setembrina dos Farrapos.
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PARABÉNS CIDADE DE VIAMÃO!

Um pouco de Viamão

Descrevendo um pouco do município de Viamão, pode-se dizer que ele pertence a uma região histórica, colonizada por açorianos desde o séc. XVIII, muito conhecida por ser rota de tropeiros que levavam gado e mulas para Sorocaba no séc. XIX. Também foi palco de guerras, como a Revolução Farroupilha. Hoje ela possui cerca de 270.000 habitantes, mas ainda conserva características de cidade interiorana, tanto na sua estrutura física como no estilo de vida dos seus moradores. A sua economia é baseada no comércio local; possui, porém, duas indústrias: Cervejaria Brahma e Laticínios Mumu. Além disso, conta com plantação de arroz e produção de leite na zona rural.
Quanto ao aspecto religioso, é possível perceber a influência da colonização açoriana, a qual promove um catolicismo bem tradicional. A prática religiosa de grande parte dos moradores, porém, é o espiritismo e o batuque, como na maior parte do estado.
Já em relação a sua estrutura social, a singularidade de Viamão está na sua proximidade de Porto Alegre, com uma grande dependência desta. Por isso, costuma-se dizer que Viamão é uma cidade dormitório. No município, ainda, existem mais de 150 vilas e bairros, que se desenvolveram fora do eixo de produção da região metropolitana. Essas situações contribuíram para o aparecimento de muitos problemas sociais, tais como a violência, as drogas, os roubos, a baixa renda da população em geral, a pouca valorização do município pelos seus moradores e os diferentes níveis de impactos ambientais.
Viamão, no entanto, é uma região que pode ser valorizada: entre outras belezas, o município possui 105 km de praia entre o Guaíba e a Laguna dos Patos e 5,5 mil hectares de mata atlântica, além de três Unidades de Conservação (APA Banhado Grande, Parque Itapuã e Parque Saint’Hilaire). Outro aspecto relevante é o seu patrimônio histórico, percebido a partir da descendência açoriana e do seu envolvimento com a Guerra dos Farrapos. Também, é considerada uma das cidades com o maior número de Centro de Tradições Gaúchas (CTG) no estado, e tem a presença de populações tradicionais como indígenas, quilombolas e pescadores.
O município de Viamão, enfim, é um território a ser explorado. E todos aqueles que se dispuserem a isso encontrarão desafios a serem superados, mas, também, um ótimo lugar para se viver.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Cultura indígena

O texto a seguir é o relato de Jean de Léry, um francês que, em 1557, fez parte de um grupo que tentou estabelecer no Rio de Janeiro uma colônia com fins comerciais (Jean de Léry - Viagem a Terra do Brasil, 1557).


Certamente, temos muito que aprender com a cultura indígena.



Os índios não compreendem o mercantilismo!

Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros que se deram ao trabalho de ir buscar seu arabutã (pau-brasil).
Uma vez, um velho perguntou-me: – Por que vindes vós outros, mairs e perós (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?
Respondi que tínhamos muitas, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como supunha ele, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: – E porventura precisais de muito?
– Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem muitos negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras marcadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados.
– Ah!, retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhes dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre?
– Sim, disse eu, morre como os outros.
Mas os selvagem são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim. Por isso, perguntou-me de novo: – E quando morrem, pra quem fica o que deixam?
– Para seus filhos, se os têm, respondi. Na falta destes, para os irmãos ou parentes mais próximos.
– Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros mair sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem. Não será a terra que nos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estarmos certos de que, depois de nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá. Por isso descansamos sem maiores
cuidados.
(Revista Alvorada, nº. 57, p. 38, 2009)
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Quer refletir mais? Leia Mateus 6.24-34.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

REUNIÃO IPIB

Venha participar de nossa celebração comunitária.

Será na Igreja Anglicana ("igreja da cruz deitada"), sábado (12.09), às 19:00h.

É um momento onde louvamos a Deus como igreja e somos fortalecidos pelo ensino do evangelho.

Estamos te esperando!


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Grupos pequenos



"Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade".
Atos 2.46

sábado, 5 de setembro de 2009

ALEGRIA NA PROVAÇÃO: a chave do crescer

Ninguém evita a dor de existir.
De um modo ou de outro a experiência da dor é algo tão presente na vida quanto a própria experiência do existir.
Sente-se dor ainda no ventre materno. Sente-se dor ao nascer. Sente-se dor para comer. Sente-se dor para mastigar. Sente-se dor de quedas. Sente-se dor para andar. Sente-se também a dor que decorre do brincar. Sentem-se as dores do aprender. Sente-se a dor do amar. Sente-se a dor do perder. Sente-se a dor do esperar. E, quanto mais o tempo passa, mais são sentidas todas as dores de ser, tanto no corpo, quanto na alma e no espírito.
A lista de experiências de dores é infindável. Porém, a dor é inevitável.
É por isto que Tiago, o irmão do Senhor, autor da Epistola, nos diz que devemos ter por motivo de toda alegria o passarmos por [várias] todo tipo de tribulações. Pois, diz ele, é pela provação do sentido da vida como fé e amor, que o ser cresce para tornar-se forte e resistente; ou seja: perseverante.
E mais:
Tiago diz que é pela perseverança que tem ação completa, ou seja: que termina o trabalho e nunca desiste antes — que o nosso homem interior vai ganhando completude e caminha para a perfeição do ser em-si; crescendo em inteireza, em integridade, em plenitude.
Assim, quem não enfrenta a dor inevitável do existir com toda alegria, entendendo cada coisa como oportunidade de crescimento e amadurecimento, jamais tirará da vida o seu bem, que é a produção de um homem [mulher] adulto em Cristo; o qual ama a Deus por Deus e por nada mais.
Sem esta consciência em fé a existência é apenas uma Fábrica de Amarguras e Ódios Latentes.
Veja o que você quer. A dor é inevitável. Escolha se você vai passar por ela com toda alegria, ou se deixará que a dor seja o seu humor.
Pense nisto!

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Lição na peneira

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O texto de Lucas nos mostra a disposição de Pedro em seguir Jesus até a morte e a conseqüente realidade: quando veio a perseguição, Pedro não fez aquilo que prometeu fazer.

Antes de nos apressarmos em condenar esse personagem que, mais tarde, foi considerado o principal líder da igreja em Jerusalém, é importante que nos identifiquemos com ele. Prometer e não cumprir faz parte do nosso dia a dia; quantas vezes nos dispomos a não mentir, não falar mal das pessoas, não ser pessimista, não ser desonesto e não cobiçar a mulher (ou o homem, o carro, a posição social, a habilidade, o prestígio) do próximo, mas algum tempo depois percebemos que falhamos. O fato é que o erro faz parte da nossa vida. Não é possível fantasiarmos a realidade e achar que, por sermos seguidores de Jesus, não o negaremos diversas vezes.

A nossa identificação com Pedro pode ser vista, além disso, a partir do texto indicado. Ali, notamos que satanás teve licença para peneirar a TODOS os discípulos (1). Isso indica pelo menos duas coisas: primeiro, que o mal tem limite de atuação em nossa vida (2); e, segundo, que o mal sempre estará diante de nós, discípulos de Jesus (3).

Mas, e agora? Como lidar com essa realidade?

Creio que Paulo pode nos dar uma direção. No livro de Romanos, ele nos diz que nenhuma condenação há para aqueles que estão unidos com Cristo Jesus (4). Isso nos lembra um fato inexorável: Jesus sempre estará conosco, e, com amor incondicional, nos guiará para o amadurecimento (5). Então, apesar da convicção e da eminência de que Pedro iria negá-lo, Jesus declara Sua perspectiva amorosa sobre o acontecimento: "– quando você voltar pra mim, anime seus irmãos!" (6). Podemos perceber, portanto, que o amor de Cristo é muito maior do que nossos erros. Jesus, de nossa falha, faz um ministério, um dom, um serviço à comunidade. A "peneira", nesse caso, pode ser vista como algo bom, que nos dá a possibilidade de amadurecer, tornando-nos mais parecido com Cristo (7). Isso significa que, ao contrário de nos tornar passivos em relação ao pecado, a certeza de ser amado incondicionalmente nos dá condições de superar o mal em nossa vida.

No último capítulo de João, enfim, vemos o diálogo decisivo entre Jesus ressurreto e Pedro (8), que ecoa o episódio da negação de Pedro antes da crucificação:
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– Pedro tu me amas?
– Sim, tu sabes que eu te amo!
– Então, toma conta das minhas ovelhas
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O amor, sem dúvida, é o que sustenta a nossa fé, mesmo diante das "peneiras" da nossa vida. E é a partir da experiência dessa realidade que podemos superar as nossas provações e amadurecer. O final de Pedro, sem dúvida, seria a morte, pelo fato dele ser um seguidor de Jesus (9). Mas parece que ele aprendera a lição...

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Notas:
(1) Versículo 31./(2) Cf. 1Co 10.13; Hb 2.18; Tg 1.14s. /(3) Jo 16.33. /(4) Rm 8.1. Nos versículos anteriores ele, ainda, discute sua luta interior. /(5) Rm 8.26; Jo 14.26-27. /(6) Ou "...quando te converteres, fortalece teus irmãos." /(7) Tg 1.2-4; 2Co 1.3-5. /(8) Jo 21.15-19. /(9) Jo 21.18.

Geisa em Viamão

Companheirada de fé!
Uma ótima notícia a todos: a Geisa estará conosco (em POA e Viamão) a partir dessa sexta-feira (04.09). Estaremos nos programando para recebê-la.
Na próxima terça, inclusive, pretendemos fazer nosso encontro social (jantar de confraternização) da célula para, também, ter a oportunidade de estar com ela.


"Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos" - Salmo 133

sábado, 29 de agosto de 2009

O Discípulo Semeador

O texto que agora segue é uma reflexão sobre a parábola do semeador e está baseado no Projeto Semeando da Igreja Presbiteriana Independente.

Que Deus ilumine sua leitura!

O Evangelho de Lucas nos mostra que devemos ser discípulos “agricultores” na igreja local, para, em todo tempo, semear as boas novas do reino de Deus entre as pessoas. Nessa passagem, é possível perceber que Jesus fala para uma multidão de pessoas (v.4), mas prepara especificamente os discípulos para serem semeadores do evangelho no meio em que vivem (Cf.Lc 9.1). Infelizmente, a situação é essa: multidões seguem a Cristo apenas para obter algum favor (Jo 6.26). O ensino de Jesus, porém, alcança realidades muito mais profundas e somente é capaz de compreendê-lo quem quiser ser seu discípulo (v.10).

Nosso clamor, portanto, deve ser: “Jesus, o que Tu tens para me ensinar?" (v.9). Vamos, então, nos colocar como seus discípulos – e não como multidão – e aprender com ele.

Dentre tantas aplicações que a parábola do semeador pode proporcionar, é possível destacar que...
...Sempre devemos semear!

Apesar de existirem diferentes tipos de solos (beira do caminho, pedregoso, cheio de espinhos e terra boa), todos foram - E DEVEM – ser semeados. A nossa semente é o reino de Deus: envolve a proclamação da reconciliação com Deus em Cristo e o estabelecimento da sua vontade na Terra (em Viamão!) como justiça, fraternidade, paz, amor, serviço e muito mais.

É importante perceber, ainda, que, na tarefa de semeadores do reino, não podemos fantasiar a realidade, achando que tudo é muito difícil ou que tudo é muito fácil. Na verdade, cada pessoa responde diferente, como os diferentes tipos de solo; alguns aceitam outros não – essa é a realidade e devemos conviver com ela. Com base nas figuras dos versículos 5 a 8, portanto, podem ser feitas algumas comparações que nos ajudam a entender a receptividade ao evangelho de Cristo:

* Semente que cai no caminho: a pessoa desiste logo (REJEIÇÃO IMEDIATA!);
* Semente que cai entre as pedras: a pessoa aceita apenas no começo (INTERESSE FORTUITO!);
* Semente que cai entre os espinhos: a pessoa experimentou o Reino por um pouco de tempo, mas depois desistiu (ANIMAÇÃO TEMPORÁRIA!);
* Semente que cai na terra boa: a pessoa permanece vivendo em Cristo e lutando pelo Reino (ACEITA O DISCIPULADO!).

A nossa tarefa de semeador deve, então, ser constante, como um estilo de vida. Não pode haver discriminação, pessimismo ou desistência; a base para a ação é o amor incondicional em Cristo.

Outra aplicação extraída da parábola do semeador é que...

...Sempre vale a pena semear!

O semeador poderia ter desistido, pois há muito trabalho e pouco retorno (apenas ¼ das sementes vingaram). Mas, podemos perceber que, apesar da dificuldade, algumas plantas CRESCERAM (indica processo, tempo, paciência) e PRODUZIRAM (indica amadurecimento possível – frutificar significa ser semelhante a Cristo; Jo 15.5).

Nós devemos acreditar, então, nos frutos que ainda brotarão na nossa comunidade. O trabalho pode ser lento, mas a “palavra de Deus jamais volta vazia” (Is 55.11). Além disso, temos, ainda, uma grande esperança: TODO SOLO RUIM PODE SER FÉRTIL, basta ser trabalhado com amor e dedicação. Nesse caso, qualquer deserto pode ser transformado em solo produtivo se for irrigado convenientemente (Sl 126.4-6). Talvez nós mesmos tenhamos sido (ou ainda somos!) solos ruins e Deus trabalhou (e tem trabalhado!) conosco.

A nossa realidade, enfim, como semeadores, é que teremos derrotas e vitórias, alegrias e tristezas, mas devemos continuar lutando pelo Reino, pois sabemos que no Senhor o nosso trabalho não é em vão (1Co 15.58). Nunca deixemos, portanto, de semear em qualquer solo (casa, trabalho, vizinhos, amigos, comunidade) – sempre valerá à pena. Que esse seja nosso estilo de vida como igreja: discípulos semeadores.